sábado, 30 de outubro de 2010

Convite para pescar - letra Joca e musica Dan


A noite é de luar
Ta lindo pra pescar
É noite de se apaixonar
Noite de acasalar

Se quiser, venha
Não traga isca nem anzol.
Se você vier, tenha
Um cobertor ou um lençol

Se você puder, venha
Com seu melhor pijama
Só pra você saber
Quero lhe jogar na grama

A noite é de luar
Ta lindo pra pescar
É noite de se apaixonar
Noite de acasalar

Não há estrelas no céu
Mas, estrelas eu sei fazer
Não há flores no campo
Mas, vou despetalar você

Vou fazer uma fogueira
Mas sou eu quem vai te aquecer
Vou pescar uma pirara
Mas é você que eu vou...
Sim, eu vou
Eu vou
Se você vier
Só vou se você vier

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Extraido do texto para teatro adulto "Misérias", parte do poema final.


Era uma vez
Naquela cidadezinha
Uma menininha chama Você
Você era sapeca, gostava de boneca e jogava peteca.
Era menina danada, levava pancada, mas não caia da escada.
A menina Você tinha sonhos e sempre sonhava acordada
Um dia a danada disse que ria ser artista e ganhou um violão do seu avô
E tocando e cantando pelo mundo ia andando
Sonhava assim
De repente a menina morreu, já que cresceu.
E a rima foi substituída por calos nas mãos
...

Trecho do texto infantil: Uma mosca mixuruca - Breve no teatro


Saponho está deitado em uma pedra e Cutaca preparando uma receita em uma “tampinha” de garrafa.
CUTACA:
(desajeitada) Quatro ramos de capim de sapo. Um, dois, três, quatro. Três folhas do pântano, bem amassadas. (amassando as folhas jogando na tampa) Amassa,  amassa e vai pra lá. Quatro ramos de capim de sapo. Um, dois, três, quatro. Mamãe sempre dizia, nunca passe quatro ou pode virar veneno. (para a platéia) Por isso que eu tenho muito cuidado com isso! Um pouco de gosma verde. Linda essa gosma, da cor do meu Saponho! Agora só falta remexer bem, pra ficar bem gostoso, para meu benzinho ficar bem contente. Ops! Ta faltando alguma coisa. Capim de sapo, só quatro folhas se não vira veneno. Um, dois, três, quatro.

Prologo do texto: A patente



Dona Biga no programa "Os Cabuçús"
BIGA:
Minha mãe sempre dizia:
Filha, cuida do que é da gente, por que nós vai ficar descontente
Quando aparecer de repente
Aquele bando de gente
Que come tudo o que vê pela frente
Só o que eles têm na mente é pensamento de serpente
Querem as coisas da gente pra trocar com pente ou qualquer presente
É uma fome que num tem o que alimente
Seja paciente
Inteligente
E não tenha  fome dessa gente, que adoram dinheiro quente
Fique valente
Nem se venda por pente ou outro presente
Quando a gente sente é tarde simplesmente

Este dedo que me aponta


Este dedo que me aponta a face ainda vai dedilhar as cordas do meu coração
Vai digitar pra mim adicionar
Deixar impressão
Discar os números do meu celular
Tocar meu corpo devagar
Me apontará a lua, me chamará com desejo e tocará minha pele nua.
Tirará o véu
Pegará o anel
Me levará ao céu.

Amor que foi e uma saudade que vem.


Amor que vira dor
Que vira pó
Era melhor
Agora é pior.

E o juntinho fica só!

Murcha a flor
no vaso que ganhou
e deixou de regar.

Desbota a cor
do quadro que não terminou de pintar

Presentes na parede vão voar!

A tática do rancor
Foi queimar o teu retrato
E dizer que teu perfume é um odor

Vingança em sede
Macumba a todo vapor
Quem cai na rede caça ou caçador

Só quer  te machucar
Quer chorar pra todo mundo ver
Quer saber? Ela só está com saudade de você.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Deixa eu te falar

Você não tem por quê ficar magrela
você nem é da passarela!
Não ligo pra celulite
estria, culote, joanete,
adoro seu decote!
Não ligo pra chapinha perdida na chuva
Quero mesmo é te descabelar
Borrar o teu batom ao te beijar
Te pego no colo te joga na cama e tenho onde pegar!
Não ligo pra gordura que você faz questão de localizar
Vem aqui... vem cá... eu vou te moldar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Essa é minha Carminha

Arte
Lara Nicolawski ^-^
CEssa mocinha tão sozinha
Se chama Carminha
Carminha é bela e doce
E mesmo que não fosse
Seria sempre uma gracinha
Mesmo desafinada
Ela espanta os males  
E encanta até a criançada
Carminha é forte
Ela é Nordorte!
Carminha não brinca de amar
E se precisar brigar
Só se for por amor
Ou para espantar a dor
O sorriso de Carminha
Ta cheio de farinha
Também a coitadinha não sai daquele fogão
Quem prova seu bolinho prova um pouco do seu coração
Sente gosto salgado da lida
Doce gostoso da vida
Amargo de uma paixão doída
E um ardido pra não esquecer
Que o amanhecer, mesmo dolorido
Pode ter sabor, pode incendiar sem ter o que temer
E esperar sem precisar sofrer.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vestido verde

Chutando pedra
Chateado
Esperando o tempo
Chateado com o tempo que não passava
Que lembra o passando
Sentado
Cabisbaixo
O tempo chama atenção
Olhou a moça do vestido verde
Corrigindo-lhe a vértebra
Boa noite
A noite se quebrou
Um cigarro
Sabor estranho
Algumas palavras e um vento, que parou o tempo
E o tempo parou o vento, que parou o pensamento e esqueceu do tempo!
Vontade
Coragem
Outras palavras
Eterno momento em minutos tão curtos
Uma lembrança, outra semelhança e um novo perfil
Em pouco tempo ela seguiu
Vaidosa,
Contente
Seu vestido verde sumiu ao longe
E chutando pedra
Chateado
Com o tempo que não lhe deu tempo de tentar algo mais, ele seguiu.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Passarinhos na calçada

Há um pássaro sem vida na calçada da Joana
Vitima da bala da baladeira de um menino
Que não aprendeu a amar os passarinhos
Há uma árvore na calçada da Joana
Onde há um ninho
Onde há ovinhos.... quebrando.
Mas isso é coisa que joana nunca vai ver

Há uma menina na calçada da Joana
Parece estar perdida
Mas todo o dia esta ali
Há fumaça em cachimbos na calçada da Joana
No escuro não da pra ver que são meninos
Há marcas de sangue na calçada da Joana
E alguém sumiu, desapareceu
Há fumaça, há crianças, há sangue, há balas na calçada da Joana
E cadê Joana?
Joana está sem vida na calçada da Maria,
vítima da bala perdida de uma arma de um homem que já foi menino
e se perdeu nas calçadas, nas esquinas, nas histórias que ninguém leu e não lerão,
porque se acaba na calçada da Maria ou do João.

sábado, 16 de outubro de 2010

Poema sem fim para minha Filha

Quero ser seu pop de morango
ou aquele que deixa a língua azul.
Ser teu fandangos ou chiclete.
Ser o recheio, porque o biscoito você joga fora.Quero ser sempre seu lápis de cor
e continuar colorindo a vida com você.

Filha, posso ser seu pula?
E seu sheik de chocolate?

Filha, ei filha.Quantos filhos você vai ter?
Eu só tive você.
Também quero ser bombom para seus filhos
e doce pra você.

Não importa o que a contecer,
meu sorriso na fotografia só existe por você.
Se o papai não estiver presente,
lembre de todos os presentes que lhe dei.

Não falo das bonecas e pelucias,
mas do carinho,

dos momentos mágicos
e do amor eterno.

Para você filha,
deixo palavras sem fim
de todos os poemas que escrevi.

Também deixo meu sorriso e minha canção.
Eu to indo
E se eu não voltar
É porque eu nunca fui.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Assm você me deixa assim

Você num vai me desculpar por que desculpas eu não vou pedir
Um passarinho me contou que você se chateou
se enjoou
se enojou
com meu jeito fazer você sorrir
você tem molejo
você é um desejo
você  escreve poemas sobre o amor 
uma pitada de sacanagem lhe fará
parar de chorar de madrugada
só uma aliviada nessa dor
sofrer
com pouca coisa
com muita neura
acho que a fumaça da cidade
está te causando sono
te cansando
não deixando você ver
que quem te ver
na verdade só te ama
só te quer bem, porque você é boa
eu também não sou mau
mas vou ficar de boa
de bem
bem quietinho.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dan


Joca... sofrendo de amor.


Não Devolva para o lugar
o que você mexeu
Não apague as palavras
que você escreveu

Nem seque o leite que derramou
Não ouse limpar o que você sujou
Deixe agora tudo como está
Meu amor

Meu coração pegou esse beco
E se perdeu
Minhas cartadas são furadas
E todo mundo percebeu

Meu mundo girou
Eu desapareci
Teu beijo
Me fez olhar dentro de mim
E só ver você

Só penso em te querer
Te beijar a boca
Roubar o teu sorriso
Tomar Os teus carinhos
embaixo do teu cobertor

te beijar a boca
tomar o teu sorriso
te abraçar
mansinho
e te falar de amor

meu amor, vou te falar de amor
do meu amor...

Sabrina Zahara e Joca Boboca

Infeliz Cidade

Que os ventos mudem tua paisagem
que os raios reparem tua estrutura
 que as águas abram novos caminhos em teu peito
 que tua terra se amanhe
 que tenhas forças Macapá de sobreviver sem esperar por nós...
 sem esperar pelos astutos que te aspiraram e te aspirarão por 4 e mais 4 x 4 x 400 anos...
 que o tempo seja afável e que em um próximo carma você seja melhor povoada.

sábado, 2 de outubro de 2010

Claudia Barral

O que se esconde atrás de tanta serenidade?

uma mulher corrida/ corrida do tempo/ corrida da vida/ corrida da idade.

Ou uma mulher forte/ pedra dura que nem água fura

quem sabe uma menina mas doce que Carminha, mas frágil que o coração de tereza(ou josé) 

ou só Claudinha

sentada com uma boneca aguardando o papai!

 

CLAUDIA BARRAL

         Nasceu em Salvador, Bahia, em 1978. É poeta, atriz e dramaturga. Seus textos mais conhecidos são O cego e o louco e Cordel do amor sem fim.
        Esteve em macapá acompanhada de seu marido o dramaturgo Marcos Barbosa nos dias 24 e 25 de setembro, no encerramento da temporada de Cordel do Amor sem, montagem amapaense, grupo Cores na Rotunda. foram dois dias de encantamento. Aqui fica nosso agradecimento por contribuir com 
a produção local. Beijo com sabor açaí!   www.claudiabarral.com.br


Esse Menino

Você não tinha o direito de deixar esse menino sem destino...tão terno esse menino/ tão novo e tão sozinho /em caminho tortuoso/ torturante sem destino / desajuizado e sem freio/ agora é só tontura/ febril de calor/ hormônio em vapor... ternura,tontura, menino, tortuoso, torturante, destino, terno, sozinho,caminho, menino, freio...

Primeira atitude ou Direto ao ponto (do coração de um amigo p/ o mundo)


Não é segredo
mas só vou comentar a você
você, eu, profundamente...

vou direto ao ponto
gostei muito e tal
não me pergunte, ainda estou tonto
 a resposta é irracional
estou dando em cima sim
estou me doando a você
desejo esse reencontro

não entenda errado, nem pense
 é meio estranho...
você não me pertence.

não responda a tudo
só diga-me
ficaria comigo?
Sim? Mesmo não me pertencendo?
Sim? Mesmo desobedecendo?
Então vamos esquecer os poréns
saberemos ficar juntos
não vou atravessar a toa essa terra toda para te reencontrar
você vai ver quando eu chegar, não vou te decepcionar
agora...
 já me basta...
 saber que rola.

Com você vou fazer canção,
fazer fumaça, escrever no seu colchão,
marcar na minha a sua vida
e na sua desaguar-me... deleitar-me... sossegar-me  

Para Sabrina, aos olhos de quem não te conhece


Será que você é menina
Disfarçada de mulher
Exalando sensualidade
Será que você é mulher
Brincando de ser menina
Dançando com rara beleza,
Transmitindo segurança ao mesmo tempo terna e doce, temperamental e severa
é forte e determinada, não me deixou para depois
Que jeito mafioso de me conquistar
será que você não é você quando se apaixona, ou será que me apaixonei por uma cigana
Quero lembrar que não me encantei com o timbre do seu cantar
Nem me apaixonei com o embolado do seu rebolar
Bastou te ver na janela
Te seguir por duas quadras
e ouvir você dizer:
_ Vamos dançar!