segunda-feira, 29 de outubro de 2012

F-A-R-O-F-A-R



Naquela casa engraçada
Perturbar o vizinho, não valeu de nada.
Não me ensinou a dormir na rede
Mas colou o meu retrato na parede
O verbo era farofar.

Você parecia um espelho
Onde eu tentei me pentear
Que de tão frágil, estilhaçou.
Agora eu via as estrelas pelo teto de vidro
Elas estavam a brilhar

Tantas histórias de Noel
Que prometesse no natal
Eu enfeitei o teu chapéu
Um passarinho que não saiu do ninho me contou
Que agora eu sou o lobo mal.

Vai lembrar-se de mim na hora da farofa
E do meu verbo farofar.

Louco do bem

Eu fico louco e não fico velho
Varri o tempo da minha loucura
E a insanidade quebra as minhas horas
Esse fundo que me afoga te atrai... você sabe e morre de medo.
Há dúvida?
Dê uma de doido para ver o quanto você ta ficando velho.
Assumi meu escudo e minha espada.
Risos depois de um conselho não me enganam
Você tem medo do meu nariz, que lhe tira as forças
E você ta ficando velho...

Fique louco também...
Por mim, por que não?
Minha loucura é branca,
Só faz bem.
Louco do bem.

domingo, 23 de setembro de 2012

Mulher do Diabo


Ela me proibiu de beber
meu cigarro jogou pela janela
meus desejos no bolço dela
guardou, e  me proibiu  de dedar doçura
e eu senti vontade de morrer.
Não é frescura,
nem o cigarro deixou meu sorriso amarelo,
pior que a ressaca de Duelo
é ficar sentindo ela,
todo dia ela quer me abater
queria dar uma surra nela
ela só me faz sofrer.
nem um bombom não me deixa comer
ela é do mal
nunca me deixa farrear
não pula carnaval
só quer o meu dinheiro gastar
Mulher do diabo
ela é ...
a Diabetes!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

menino


Acordou assustado e ficou quieto
Pela manhã calos na alma
Um tapa, uma zurra e uma lágrima que não saiu.
A dias que não chora mais.
E conta os segundos, 
comemora os minutos 
se aproxima da hora de partir.
Mas o tempo parou
e o menino franzino pousou de rei.
De fato não era,
Apesar das eras
Era apenas menino
franzino
chorão.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

EU SOU VADIA

Estampando meu grito
Com o vermelho do dia
Risquei no meu peito
Com o que tenho dito, esse é meu direito
Eu sou vadia.

Julgou minha fala
Me trouxe doutrinas 

Trezentas promessas e uma sentença
Que virou doença
Não sou menina

Eu não vou te perdoar
Você planta bananeira, 

Faz merda a noite inteira
E eu não posso rebolar?
Mas vou deixar essa cegueira e a caganeira te matar!

Estampando meu grito
Com o vermelho do dia
Risquei no meu peito
Com o que tenho dito, esse é meu direito
Eu sou vadia.
Eu-sou-va-di-a!

De Joca para Rebecca Braga.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um retrato e nunca mais

Eu pintei o teu retrato
Me joguei no laço
Desembaracei
Mas caiu na rotina, na ratoeira
Na corredeira te desencontrei
Eu olhei para o retrado e chorei
 
De-sa-pa-re-ceu


Se perdeu você, perdeu e se perdeu!
Denovo se perdeu
Se perdeu, você perdeu e se perdeu.
Denovo se perdeu

Nunca mais
Falar de você e estremecer
Nunca mais
Ficar só pensando em você
Nunca mais
Lhe ver em desespero me derreter
Nuca mais
Lhe ver, em desespero me derreter
Nunca mais
Pensar que vai aparecer
Derrpente
Querendo me ver
Eu contente
Sonhando você

Nunca mais

Nunca mais pintarei o seu retrato
De-sa-pa-re-ce

quarta-feira, 21 de março de 2012

Prólogo do texto " Um véu para Darismar"


DARISMAR
Nasci e me criei na bela vista de um grande rio.
Nele eu nadei e pesquei,
dele eu enchi o meu pote.
Remei desde menina.
Com os livros debaixo do braço
eu venci as marés, as chuvas e o cansaço.
Eu vi o barro soltar lentamente
com a chegada do progresso.
Na vila as canoas ganharam motores.
Vi os homens abandonarem seus remos
sentindo uma nova fome.
Eu sonhei alto quando ligaram o gerador,
a energia chegou e pude ver o amor no brilho da TV.
Então entendi o girar do mundo
e as voltas que o mundo dá.
Pois a mesma força que avança
é a força que faz chorar.

Eu tô de olho em um novo amor!


Eu tô de olho em um novo amor!
Amanheci com o nariz cheirando a flor
Eu tô querendo sair da pior
Eu tô querendo me sentir melhor
O que você vai propor?

Eu tô de olho em um novo amor!
Eu tô querendo ser reconquistado, eu sei
É porque dessa vida eu já apanhei
Em muitos corações andei
Não sofrerei de novo, já falei!

Em tô de olho em um novo amor!
O nosso amor rendeu o que durou
Dos carinhos você esqueceu
Até parece que a fonte secou
Espero que não sinta dor

Eu tô de olho em um novo amor!
E você nem pensa em mudar.
– Pra quê?
Se você ao menos retornar
E saber me namorar
E posso até te aceitar...

Eu tô de olho em um novo amor!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Será o danado do amor?


Oh menina, você podia só falar de amor
Mas você foi amar demais
E muito amor não tem juízo menina.
E muito amor é amor demais
Tem gente que sabe falar de amor
Tem gente que sabe amar
Não sei falar, não sei ao certo o que é amar
Mas você cuida de mim menina
Esse cuidado me deixa escabreado
O que será isso menina? Será danado do amor?! 

Ai Juazeiro.


O disco do Juazeiro ela jogou pela janela
Não queria mais nem saber mim
O disco velho engatou na laranjeira
E um espinho de agulha lhe serviu

- Então quando o vento soprou ele tocou:
Ai Juazeiro, ai Juazeiro.
Quando voltava era Juazeiro ai.
Ai Juazeiro, ai Juazeiro.
Quando voltava era Juazeiro ai.

OLHANDO O AMOR

Quem já viu o amor, 
o olho muda de cor, 
a boca vive cantando, 
espinho vira flor 
e fica condenado viver amando.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Longe de casa


E meu pecado foi deixar
a esperança de voltar em um recado
voltar para ouvir o som
do radinho do meu velho antes da pilha acabar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

REPENTINO, UM LOUCO?

Sem cerimônia pediu um cigarro
Algumas frases para ele mesmo
Deram-lhe o cigarro
Fumou sem tragar em gestos em Rock’n Roll
Coçou a cabeça
Bateu na barriga
Plantou bananeira
- O cigarro aceso.
Pulou num pé só
Deitou-se no chão
A terra molhada
Fitou por longos minutos o caminho no gramado
- Esses caminhos de “não pise na grama”, feitos pelos homens loucos
Chove fraquinho
Seu espírito sossegou
Sentou-se
Lembrou da vida
Apagou o cigarro e partiu.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Primeiro Poema de 2012 - Sem vírgulas


Minhas pernas tremem ao lembrar
das aspas excluídas nas  minhas palavras
da declaração exclamada sem interrogação
de você nos meus sonhos junto a outras reticências.
Estremeço ao recordar das ações sem vírgulas
do desejo transformado em substantivo próprio
sem adjetivo que o defina
travessão é para dizer que te amo e ponto final.