sábado, 25 de junho de 2011

UM CORDEL PARA MACAPÁ - RETIRADO DE JOÃO DO CÉU E JOÃO CHEROSO VENDENDO CORDEL


Conduziu meu caminho
Pai do céu na sua infinita bondade
Belos campos, animais e muito verde
Com um rio contornou a cidade
De tão grande parece mar
No beira rio a brisa faz um frio
Ora, ora eu to falando de Macapá

Macapá era Macapaba, terra das bacabas
Mas no lugar o que tem mesmo é açaí
E menino cresce buchudinho,
Pode prestar atenção
Tem aos monte por ai
Olha lá na casa do visinho,
Açaí aqui é ração.

Me perdoe meus amigos
Por uma coisa que vou dizer
Não quero menosprezar
Nem desmerecer
Mas um lugar que encanta o mundo
Dava pra ser mais belo de se ver

Não deveria ser tão imundo, falo na real
E não falo só de sujeira urbana
Digo também da sujeira federal
E desvio da saúde, da educação
Coisa de político imoral
Homem que não tem coração
Não faz o bem e só faz mal.

Vira e meche tem um passeando
Dando uma voltinha de avião
Passam uns dias em Brasília
Saem na televisão
Mas depois ta tudo certo e tudo resolvido
Povo se esquece da confusão

Não me faltaria rima pra patifaria
Muitas existem para buracos na cidade
Me prender na bandidagem não quero
Nem em políticas de calamidade
Quero falar vaidoso é do jeito de ser
Do macapaense e sua humildade.

Terra de mulher e homem trabalhador
Tucuju é um jeito maravilhoso
Doutor na cidade ou no campo se forma
Que é para ficar orgulhoso
Aqui, à todos se recebe bem
Mas vá lá ao exterior
Gendarme te pega e te manda pra Belém.

Acho que é porque aqui tem muito preto
Que logo deixa à vontade a gente
E não digo preto com discriminação
Bato no peito, também sou preto saliente
Por nós se deve respeito
Macapá sem preto nem passa pela mente.

E muito tenho pra dizer
Se por aqui não tivesse de chegar
Tanta cor e tanta cultura
O negro veio colorir e se misturar
Construir a fortaleza, fazer a gengibirra
O Marabaixo ensinar a dançar
E fazer dessa terra, terra boa de amar.

E o que dizer da cultura indígena
Influenciaram entre outros galibi e waianpi
E a identidade histórica
Os Maracás e Cunanis
Não entendo dos achados arqueológicos
Mas gostei do tipiti

E é com este que se tira o tucupi
No fundo do tacho sobra a tapioca,
Ai se faz o beiju ou goma pra tacacá 
Coisa boa é a farinha de mandioca
Com água e o sal
Tem metade da comida debaixo da maloca

Para falar de comida indigena
Tem que citar a maniçoba
A princípio não é muito bonita
Mas neguinho come que não sobra
Preste atenção que vou explicar
Como é que surgiu essa obra

Tudo começou com a morte de Maní
Mas não vou me estender
O índio descobriu com grande riqueza
Como dessa planta sobreviver
Para conservar o alimento caçado
Colocava-se toda a tribo para cuspir, pode crer.

Calma, você já vai entender
Fazia o buraco forrado no chão
Jogava-se os alimentos
Catava-se as folhas da maniçoba com a mão
Depois mastigava sem sofrer
E no buraco dava um cuspidão.

E assim o alimento conservava
Passava o verão e a olha alegria
Tava lá no buraco no chão
E se a fome batia
Colocava a comida no tacho
E de fome ninguém morria

Eita que nesse cordel já fiz foi confusão
Falei de tanta coisa e tem coisa pra falar
Nem citei os lugares bonitos
Que por aqui da pra visitar
O Marco zero do Equador
Curiaú é de se encantar
Pior que não quero parar de falar
Minha mãe já grita:
- Chega menino vem almoçar

Então fica aqui registrado
Um cordel para Macapá
Fico devendo outro
Para mais coisas falar
Agora corro pra mesa
Pois aquele açaí eu vou remar.

UMA ARTE A PARTE


     JOCA BOBOCA SURGIU EM 2004 COM A SEMANA DO LIVRO INFANTIL REALIZADA PELO GRUPO EURECA, DAI CRIOU-SE A CARAVANA DA LEITURA E O JOCA LEVA ATÉ HOJE PARA AS CRIANÇAS NAS ESCOLAS, EVENTOS E FESTAS INFANTIS A MAGIA DA POESIA EM UMA LINGUAGEM LÚDICA.
    NÃO É UM SIMPLES ENTRETENIMENTO, AS CRIANÇAS ALÉM DE SE DIVERTIREM, APRENDEM E TÊM UM MOMENTO CULTURAL DINÂMICO INTERATIVO QUE NÃO ESQUECEM.
       O GRUPO EURECA É UMA EQUIPE PROFESSORES, LEVE QUALIDADE PARA SEU EVENTO INFANTIL.

TEATRO TEMÁTICO
ANIMAÇÃO CULTURAL
POEMA PARA INFÂNCIA
PINTURA NO ROSTO
CIRCO: MALABARES, PERNA DE PAU, MONOCICLO E CORDA INDIANA.


O FILHO DA MÃE

SE EU PUDESSE
NO PASSADO
EU VOLTARIA
DE LADINHO

NÃO ANDARIA NA CONTRA MÃO
ENTÃO EU NÃO LHE ENCONTRARIA
NEM PARARIA A BEIRA DO BALCÃO
NÃO OLHARIA O SEU REBOLADO
NÃO FICARIA FEITO UM BABÃO

SE EU SOUBESSE
QUE SOFRERIA
UMA BEBIDA
NÃO LHE TRARIA

NEM PEGAVA O SEU TELEFONE
NÃO CONHECERIA A SUA MÃE
NÃO LEVARIA O JUNHO NA ESCOLA
NEM GANHARIA O CORAÇÃO DO MENINO
NÃO O CONQUISTAVA COM AQUELA BOLA

E AGORA
QUE EU VOU EMBORA
O MENINO
FICA CHORANDO

ELE PARTE O MEU CORAÇÃO
É O FILHO QUE EU NÃO TIVE
JÁ NEM ME IMPORTO COM A SUA MÃE
EU SÓ QUERIA UM DIA NA SEMANA
PRA BRINCAR DE LADRÃO E DETETIVE

MAS A MOCREIA
NÃO RECONHECE
SÓ ENTRISTECE
POBRE MENINO

JÁ FALEI EU VOU É NA JUSTIÇA
NÃO É JUSTO E NEM TEM PERDÃO
APUNHALAR UMA POBRE CRIANÇA
MENINO QUE NUNCA TEVE UM PAI NA VIDA
E VÊ EM MIM ESSE PAIZÃO

NÃO QUERO BRIGA
QUERO AMOR
FOI ELE QUEM
CONQUISTOU-ME
SE EU PUDESSE
NO PASSADO
EU VOLTARIA
DE LADINHO
CONHECERIA PRIMEIRO O MENINO
E SÓ DEPOIS SUA MÃE

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ultima canção do gato Caos - Musical "O pintinho Piu"

Vou confessar quando era um gatinho
Puxaram o meu rabo!

A primeira vez que eu roubei um peixinho
Ninguém me disciplinou.

Então eu fui crescendo
na rua me criei
Se sabe que na rua
a vida é não tem lei

Assim eu vejo muitos meninos
Pegando e levando o que não é seu
Balando e matando os passarinhos
Vão crescer e se tornar assim como eu.

Ensina o menino o caminho que deve andar
Para quando ele crescer não se desviar
Menino eu sei que é menino
Mas quando cresce a vida pode amargar.

Então eles vão crescendo
na rua se criando
Se sabe que na rua
O mal não está brincando

Assim eu vejo muitos meninos
Pegando e levando o que não é seu
Balando e matando os passarinhos.
Vão crescer e se tornar assim como eu.